quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A despedida de Boardwalk Empire

Todo o império um dia chega ao fim, e o término do império de Nucky Thompson no calçadão de Atlantic City já está anunciado. Começou no último domingo, 7 de setembro, a quinta e última temporada de Boardwalk Empire. 

No primeiro episódio da temporada já podemos ver o clima sombrio e desesperado da grande depressão que havia sido anunciado pelos produtores. O ano é 1931, e Nucky deixou Atlantic City e os Estados Unidos para passar uma temporada em Havana, enquanto coloca seus planos em ordem e reorganiza seus negócios. Margaret ainda está em Nova Iorque, lidando com uma bolsa de valores quebrada e chefes em estado de total desespero. Chalky White cumpre pena com trabalho forçado, descobrindo que prisão e escravatura tem muito em comum. 



O episódio é construído sob o paralelo entre a infância pobre de Nucky e suas tentativas para conseguir alguns trocados no calçadão de Atlantic City, e Nucky adulto, em uma Havana à beira da revolução, tentando se reerguer por meio de sua influência política e riqueza. Nunca antes a série havia explorado tão a fundo o passado de um personagem. Já sabíamos que Nucky nascera pobre, e que seu pai fora um beberrão bruto; também já era conhecida a relação entre Thompson e o Comodoro. Testemunhar como essa relação se formou, contudo, traz uma nova perspectiva sobre os personagens. 

A animação e o otimismo da era do Jazz deu lugar à suspeita, à incerteza e à instabilidade. Até mesmo as festas cubanas embaladas por rum e salsa não parecem tão animadas quanto às noitadas no Babette’s. Mesmo inundada em luz solar amarelada e quente, Havana tem suas cores esmaecidas e apagadas, porém, apagadas mesmo são as memórias da infância de Nucky. Margaret e Chalky parecem viver em uma noite sem fim em suas respectivas realidades em Wall Street e na prisão. Lucky Luciano continua em sua jornada de ascendência ao poder dentro da Máfia Italiana, e a Cosa Nostra está mais sombria do que nunca. 



O episódio funciona bem para estabelecer o clima da temporada e localizar alguns dos principais personagens. O episódio concentrado em apenas quatro esferas de ação (Nucky, Margaret, Chalky e Luciano), deixa em aberto os destinos de Eli, Van Alden, Arnold Rothstein, Al Capone, entre outros. Fica a curiosidade para os próximos episódios. 

Mais Martin Scorsese na HBO

Ao dirigir o piloto de Boardwalk Empire o produtor Martin Scorsese definiu o estilo e o clima da série. Agora, sua próxima parceria com a HBO será uma série ambientada Ashecliffe, o hospital para doentes mentais do filme Shutter Island (A Ilha do Medo). O projeto ainda está em estágio inicial de desenvolvimento, e deve contar histórias que se passam antes da chegada do personagem de Leonardo DiCaprio à ilha, sendo que Scorsese deve dirigir novamente o episódio piloto. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

The Lego Movie

Finalmente consegui assistir a The Lego Movie, que chegou ao Brasil como Uma Aventura Lego. Após conquistar diversas criticas positivas e a marca de 96% de aprovação entre os críticos do Rotten Tomatoes, não há como negar que minha curiosidade e expectativas estavam grandes. Eu recentemente tenho descoberto, contudo, que meu tomatômetro nem sempre bate com o do site. Achei o filme divertido, ri, mas não sei se consigo considerá-lo bom, ou apenas um acumulado de bobagens surreais com algumas boas piadas. Um South Park aguado para todas as idades.

O herói do filme é Emmet, um operário de construção cujo sonho é se enturmar e ter muitos amigos, mas apesar de seguir à risca todos os guias de comportamento disponíveis, ele continua solitário. Quando Emmet fica para trás após um longo dia de trabalho, ele conhece Megaestilo, uma garota despojada que vive fora das regras e convenções da sociedade Lego.  Megaestilo busca a peça da resistência, que acaba sendo encontrada por Emmet. Assim, ele se torna O Especial, aquele destinado a salvar o mundo dos planos malignos do Presidente Negócios. 

Presidente Negócios quer que os múltiplos mundos aos quais controla sejam organizados e estáticos. Os legos do velho oeste não podem se misturar com os legos da cidade, ou com os legos do mar de piratas, e por aí em diante. Para ele, tudo o que é montado de acordo com a criatividade, e não de acordo com o manual, está errado. Emmet deve se unir aos Mestres Construtores para evitar que os mundos sejam congelados pelo maligno presidente.



Lego reflete nas telas o que o brinquedo é na realidade: uma explosão de cores primárias e vários bonequinhos de rosto amarelo e olhar simpático (a maioria). É inegável a diversão de ver todos aqueles queridos elementos de lego ganhando vida: as peças que representam fogo, a água, entre outros. 

A lição do filme, ou a "moral da história", é muito bonitinha e excelente para o público infantil. Para os adultos, a diversão fica por conta do "bipolar" Guarda Mau (Good Cop/ Bad Cop), cuja cabeça gira e incorpora as duas faces da clássica dupla dos seriados e filmes policiais americanos. A vida de Emmet no início do filme também pode servir de tapa na cara de muita gente, já que a maior crítica que o filme faz é à conformidade e à padronização dos indivíduos.

Gostando ou não, rindo com o filme ou não, é inegável que após assisti-lo a vontade de voltar a brincar com os tijolinhos coloridos e com os bonequinhos de rosto amarelo fica quase irresistível. 

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Quatro anos (ou quase) de Exercine

Não gosto de deixar o aniversário do blog passar em branco, apesar de ter deixado o ano passado inteiro passar em branco. Acho que escrever é um exercício para o qual eu nem sempre tenho inclinação ou aptidão. Foi bom ter voltado, apesar de ainda estar voltando aos poucos, pulando meses e deixando mais espaços em branco do que preenchidos. Seja como for, parabéns para o Exercine e parabéns para mim que, mesmo com todas as falhas, estou orgulhosa por finalmente poder dizer que mantenho um blog. Nenhuma das minhas outras tentativas durou tanto, e essa está longe do fim.