domingo, 5 de setembro de 2010

Corra, Angelina, corra.

Pode ser um pouco atrasado da minha parte falar desse filme agora, já que ele estreou nos cinemas brasileiros em 30 de julho, mas eu só assisti ontem à noite. E não pude resistir escrever sobre ele.

Dirigido por Philip Noyce, "Salt" mostra Angelina Jolie como a agente da CIA Evely Salt, que, após anos de dedicado serviço ao governo dos Estados Unidos, é acusada de ser uma espiã russa infiltrada. E a correria do filme começa.

Jolie corre, pula sobre caminhões, rouba motocicletas, salta com caminhonetes gigantes da polícia. A princípio, o espectador acredita que Salt está apenas tentando provar sua inocência, mas depois é provado que ela é, de fato, uma espiã russa muito bem treinada. E surge a dúvida: ela voltará para o lado de seus compatriotas para executar o plano a ela destinado, ou será fiel à América, que por tantos anos foi sua casa? Essa dúvida é fortalecida pela atuação quase robótica de Jolie, em que os sentimentos da personagem parecem quase inexistentes de tão sufocados por sua fachada fria e calculista.

Quase sem diálogos e com uma ação que se desenvolve muito rápido, o filme parece quase um videoclipe diante dos olhos do espectador. O roteiro é bom, o carisma de Angelina Jolie interpretando personagens femininas que “quebram tudo” já havia sido comprovado na série Tomb Raider, mas o filme carece de pausas. Mesmo nos momentos em que Salt se lembra do que viveu ao lado do marido são curtos, e mal deixam o espectador tomar fôlego entre um tiroteio e outro. Se Lara Croft parecia uma humana muito habilidosa, Evely Salt parece um robô, uma arma de guerra que quer ser humana.


Angelina em Salt.

Deixando esses aspectos de lado, como filme que propõe muito tiroteio, explosões e perseguições, “Salt” é um êxito. Sem contar que é sempre legal ver uma mulher em um papel como esse, ao invés de, sei lá, um Tom Cruise da vida.

Só mais uma coisa: se a intenção daquele cabelo preto da Angelina era parecer uma peruca, eles conseguiram. Eu passei o filme todo pensando “agora ela cai”. Alô, direção de arte?

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