segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Tron: Legacy

Por motivo de força maior fui assistir a Tron: Legacy, em 3D. O filme é exatamente o que eu esperava: bem fraquinho.

O filme é 100% comercial, com efeitos especiais, enredo e direção comercial. Por ser um filme da Disney, é do tipo “diversão para toda a família”, com cenas de ação e disputas entre bem e mal, sem, contudo, que nada muito trágico aconteça. Ainda assim, a Disney já fez filmes muito melhores do que Tron.

A história se baseia na primeira versão do filme, lançado em 1982, mas não é exatamente uma seqüência. Na versão atual, Jeff Bridges interpreta Kevin Flynn, mesmo papel que lhe pertenceu no original. Dessa vez, contudo, Flynn não é apenas um jovem engenheiro de softwares, mas a mente brilhante por trás de uma grande empresa chamada Encom. Ao desaparecer, ele deixa seu filho, Sam Flynn (Garrett Hedlund), órfão e herdeiro da empresa. Quando Sam volta ao antigo fliperama do pai, ele inicia um programa de computador que o leva para dentro da “grade”, espaço virtual em que o pai estava trabalhando quando desapareceu. Lá dentro, Sam encontra seu pai e se vê obrigado a lutar contra o clone virtual deste, o vilão Clu.

Sim, eu sei que o filme foi feito para ser bonitinho e que a classificação indicatória é 12 anos, mas eu achei diálogos fraquíssimos. Achei o filme muito monótono, sem momentos mais cômicos ou mais líricos, apenas passando em um fluxo contínuo. O personagem Kevin Flynn, visto como “o criador” do mundo virtual é uma óbvia referência a Obi-wan Kenobi, tanto pela barba e pelas roupas, quanto pela atitude meditativa. E a cena final,como meu irmão foi extremamente gentil em me recordar, é uma referência ao clássico Blade Runner, ficção ciêntífica muito melhor do que Tron, devo acrescentar.

Jeff Bridges como Obi-wan Flynn

O 3D do filme também deixa a desejar. Logo no início, há um aviso de que algumas cenas são em 2D, algo que fica nítido ao espectador durante o filme. Eu não sou uma grande fã do 3D, mas se é para usá-lo, que o usem direito. Fazer um filme misturando 2D e 3D é uma alternativa para barateá-lo e ainda assim atrair o público com uma falsa promessa. Acho que se o filme se propoem a ser em 3D, que seja inteiramente filmado com essa técnica. Além disso, o Tron é muito escuro. Não sei se isso é culpa do 3D, cujos óculos filtram a passagem de luz, o que deixa o filme mais escuro, ou se foi realmente feito assim. Não sei.

Um personagem que é um pouco mais interessante é Zuse (Micheal Sheen). Dono de uma animada casa noturna no mundo virtual, é o personagem excêntrico do filme. É justamente na sequencia que se passa no bar que aparece a dupla francesa Daft Punk, autores da trilha sonora, que ficou fantástica.

Enfim, Tron: Legacy não é um grande filme. Tenha certeza de ter esgotado todas as suas opções antes de entrar no cinema para assitir. Falo sério.

4 comentários:

  1. Eu sou absolutamente fanático por tron e eu achei bom. Nâo é um piratas do caribe, mas não é, também, um filme completamente comercial.
    Não sei se você viu o primeiro filme, mas tem um grande sentido pros personagens serem vermelhos e azuis (brancos no filme novo). Além de não ser uma luta entre o bem e o mal, mas sim entre ordem e caos, a busca pela ordem perfeita x o ser humano, referência do exterminador do futuro da história de deus x machina. É criador x criação. E acho que você esqueceu de falar da melhor coisa do filme que são os ISOs, divindade digital, uma coisa totalmente original. E a relação da história com a história de cristo: O criador tentou deixar o mundo perfeito mas sua criação estragou tudo e precisou que seu filho fosse lá pra salvar o mundo.
    O filme é cheio de referências, várias de star wars, tem um quê de blade runner, a cena final na moto também é de um filme do godard, mas eu achei isso legal. É o primeiro longa metragem do diretor e eu achei a direção bem boa, usam vários ângulos de câmera incomuns, lutam de cabeça pra baixo, exploram bem o mundo digital nas lutas, as lutas não são demoradas demais e tem várias transições legais.
    O filme não tem nem romance. Levemente o Sam e a Quorra se aproximam, mas NADA de mais. Não é um filme apenas comercial, eu, que sou fã do primeiro, adorei o filme e me agradou a história que foi bem contada, mas claro é disney, eles nunca vão ter uma trama complexa nem nada. Nenhum filme da disney é assim. Piratas do Caribe é muito mais comercial que Tron. Enfim, depois eu faço um post no meu blog sobre tron, porque, pelo jeito, eu sou a única pessoa no mundo que já assistiu o primeiro filme e é totalmente fã.

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  2. É, pode ser que eu tenha perdido grande parte das referencias por não ter assistido ao primeiro. E essa associação com a religião Cristã, com O Criador e o filho eu também não saquei na hora. Mas isso tudo não deixa o filme menos comercial, no meu ponto de vista. Os angulos de câmera também são os mesmos que a maioria dos filmes de ação apresentam hoje em dia, por conta do próprio acesso a tecnologia. E a direção não é ruim, mas é bem convencional, sem inovações.
    É, os ISOS até são um fator original e tudo, mas foi uma invenção que não me cativou. Não sei, acho que eu sou muito cética em relação a ficçoes em que o personagem entra no mundo digital. Acho mais fácil acreditar em elfos e fadas do que em humanos entrando no computador. Por isso esse filme não me atrai muito. Acho que esse tipo de história combinava muito mais com os anos 80, em que o mundo digital ainda era novidade do que com o nosso tempo.

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  3. mas fadas nunca existiram agora humanos irao, um dia, entrar no computador Rê

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  4. Acho mais fácil o computador entrar nos humanos. hahah
    Mas ah, o filme é bonitinho, só não me empolgou.

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