O Facebook foi criado em 2004, por Mark Zuckerberg. Originalmente, era exclusivo para alunos de Harvard. Hoje, possui mais de 50 milhões de usuários. O filme reflete a velocidade dos acontecimentos que originaram a rede, com cena ágeis e cortes rápidos. As falas, principalmente de Zuckerberg, interpretado pelo excelente Jesse Eisenberg, são tão rápidas que chegam a ser difíceis de acompanhar. Oscilando entre as cenas de dois diferentes processos judiciais no presente, e cenas sobre o passado a que os processos se referem, o filme prende a atenção do início ao fim.
A história da criação do Facebook é muito conturbada, e ao contá-la, A rede social pisa nos calos de muita gente, mas o principal alvo é Zuckerberg, cuja imagem chega muito próxima a de um babaca completo. Ele freqüentemente ofende as pessoas por dizer tudo o que pensa, deixa seu melhor amigo e financiador de lado e ignora os colegas com quem anteriormente havia firmado um compromisso.

Personagens lineares, só bons ou só maus, foram muito usados no início do cinema, principalmente em melodramas moralizantes. De lá pra cá essa configuração ficou chata, e os personagens circulares, complexos, que praticam tanto boas quanto más ações tornaram-se majoritários. Em A rede social, porém, os personagens chegam perto de serem lineares. Quando parece que Mark Zuckerberg vai deixar de ser um babaca egocêntrico para fazer algo legal pelos amigos, a esperança do espectador cai por terra com outra frase de desprezo despejada sem pensar. Já Eduardo Saverin (Andrew Garfield) fica mais como o coitadinho ingênuo, enquanto que os gêmeos Winklevoss (Armie Hammer) parecem simplesmente otários. Com tudo o que acontece no filme, fica difícil entender quem fez o que e quem tem direito a que na criação do Facebook, mas os rumos levam à conclusão de Zuckerberg é o vilão da história, e nem mesmo a insinuação de que tudo o que ele fez foi por causa de uma garota ameniza essa impressão.
Pode ser difícil entender as motivações desses personagens, mas observá-los agir dá o que pensar. Por serem retratos de pessoas reais, sua natureza humana prende ainda mais a atenção. Ir ao cinema com o intuito de julgá-los, porém, é perda de tempo. Mais vale se impressionar com a intricada rede de relações sociais que só nos lembra como as interações via web são tão mais simples do que as dos mundo real.
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