A ligação entre uma criança e seus brinquedos pode ser muito
forte, mas quando um brinquedo em especial ganha vida e torna-se o único amigo
de um garotinho de sete anos, eles podem acabar ligados para sempre. Parece muito bonito, não? Agora inclua nesse
argumento muitos palavrões, consumo explícito de drogas e algumas pesadas
referências a sexo e você terá o enredo básico de Ted.
Com direito a narração com a voz grave e profunda de Patrick
Stewart, a abertura do filme mostra como John Bennett ( Bretton Manley, John
criança) desejou que seu ursinho de pelúcia ganhasse vida, no que foi atendido
por uma estrela cadente. Ted (Seth McFarlene) torna-se assim uma celebridade,
pois todos querem ver o brinquedo que anda e fala, mas nunca deixa de ser o
melhor amigo de John. Os dois crescem juntos e mesmo que John (Mark Wahlbergh,
John adulto) tenha trinta e cinco anos e divida o apartamento com sua namorada
Lori (Mila Kunis), Ted continua lá.
John, Ted e Lori: um triângulo entre um adulto, sua namorada e sua infância, que nesse caso, anda e fala. |
Ex-celebridade esquecida, Ted não tem emprego e passa o dia
consumindo drogas, assistindo a televisão e arrastando John para sua vida de
marasmo. Lori, surpreendentemente, aceita muito bem a “vela” que Ted acaba
sendo em seu relacionamento com John. Uma noite, porém, em que ele não consegue
dormir sem seu ursinho, Lori decide dar-lhe um ultimado: ou ela, ou Ted.
Dos criadores do seriado animado Uma família da pesada, o filme é dirigido por Seth McFarlene, que
além de participar do roteiro, também “interpreta” Ted. As cenas em que o
ursinho estaria presente foram gravadas com Seth atuando fora de quadro, assim,
seus movimentos serviram de base para a animação digital que deu vida ao
brinquedo.
Ted e o deputado
A graça de Ted é justamente
ser subversivo, polêmico. O Deputado Prótogenes Queiroz (PcdoB – SP), contudo,
levou a polêmica um nível acima, manifestando sua insatisfação com o filme em
sua conta no twitter. Após chegar ao exagero de dizer que iria pedir a retirada
do longa dos cinemas, o deputado retrocedeu e disse que iria pedir uma
alteração na classificação indicativa de Ted.
O que deixou o deputado tão irritado foi ter levado seu filho de onze anos para
ver o filme “do ursinho” e assistir ao personagem consumindo drogas, falando
palavrões e fazendo gestos obscenos.
Acontece que a classificação indicativa de Ted não está errada. Essa classificação
é feita pelo Ministério da Justiça com base em uma tabela já constituída. Ela serve
de guia para que os pais avaliem o que seus filhos estão ou não preparados para
ver.
Ted ficou com a
classificação “Não recomendado para menores de 16 anos”, que indica que o filme
contém: “conteúdos mais violentos ou com conteúdo sexual mais intenso, com
cenas de tortura, suicídio ou nudez total”. E essa classificação não fica
escondida em um canto, ela fica sempre exposta juntamente ao cartaz do filme. Desnecessário
dizer que a classificação não foi mal feita, é necessário apenas que os pais a
observem com mais atenção.
Fontes: