segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nada vai dar certo.


Ainda tentando superar a decepção de não encontrar Melancolia no circuito brasiliense de cinema (sem a Academia de tênis e sem o Embracine estamos mesmo perdidos) fui ao cinema. Impedida de chorar com Von Trier, resolvi rir com Hugo Carvana. Não se preocupe, nada vai dar certo é uma comédia que traz um pai e um filho atores, que viajam pelo Brasil fazendo a vida entre shows e armações.

Lalau Velasco (Gregório Duvivier) realiza um show de stand-up comedy em que o principal assunto é sua relação com o malandro ator Ramon Velasco (Tarcísio Meira), seu pai. O velho é um malandro carioca de primeira linha transplantado para o nordeste, com direito a terno branco e panamá. Ele usa seus talentos de ator para aplicar golpes e tem como bordão a máxima: “Não se preocupe, nada vai dar certo!” O maior de desejo de Ramon Velasco é voltar a atuar ao lado do filho, que por sua vez reluta em aceitar a idéia. É quando Lalau aceita fingir ser um famoso guru indiano por duas semanas que o desejo se realiza, mas na vida real e não nos palcos.

Nada vai dar certo: Tarcísio Meira e Gregório Duviver como pai e filho.

Não é uma comédia para rir do princípio ao fim. O ápice é a versão de Duviver do guru indiano Bob Savanandra, e os múltiplos papéis que Tarcísio Meira representa durante a farsa. O filme apresenta alguns problemas, como a cena totalmente descartável que mostra um Lalau criança observando o pai atuar, e a cena em que Ramon vai buscar o filho e com isso irrita Rosa (Mariana Rios), cena esta que poderia ter sido melhor trabalhada.

De um modo geral, é um filme colorido e divertido, mas que compartilha do mesmo defeito que as recentes produções com atores globais têm demonstrado: passa a estranha sensação de ser um especial de fim de ano da emissora.

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