O filme é 100% comercial, com efeitos especiais, enredo e direção comercial. Por ser um filme da Disney, é do tipo “diversão para toda a família”, com cenas de ação e disputas entre bem e mal, sem, contudo, que nada muito trágico aconteça. Ainda assim, a Disney já fez filmes muito melhores do que Tron.
A história se baseia na primeira versão do filme, lançado em 1982, mas não é exatamente uma seqüência. Na versão atual, Jeff Bridges interpreta Kevin Flynn, mesmo papel que lhe pertenceu no original. Dessa vez, contudo, Flynn não é apenas um jovem engenheiro de softwares, mas a mente brilhante por trás de uma grande empresa chamada Encom. Ao desaparecer, ele deixa seu filho, Sam Flynn (Garrett Hedlund), órfão e herdeiro da empresa. Quando Sam volta ao antigo fliperama do pai, ele inicia um programa de computador que o leva para dentro da “grade”, espaço virtual em que o pai estava trabalhando quando desapareceu. Lá dentro, Sam encontra seu pai e se vê obrigado a lutar contra o clone virtual deste, o vilão Clu.
Sim, eu sei que o filme foi feito para ser bonitinho e que a classificação indicatória é 12 anos, mas eu achei diálogos fraquíssimos. Achei o filme muito monótono, sem momentos mais cômicos ou mais líricos, apenas passando em um fluxo contínuo. O personagem Kevin Flynn, visto como “o criador” do mundo virtual é uma óbvia referência a Obi-wan Kenobi, tanto pela barba e pelas roupas, quanto pela atitude meditativa. E a cena final,como meu irmão foi extremamente gentil em me recordar, é uma referência ao clássico Blade Runner, ficção ciêntífica muito melhor do que Tron, devo acrescentar.

O 3D do filme também deixa a desejar. Logo no início, há um aviso de que algumas cenas são em 2D, algo que fica nítido ao espectador durante o filme. Eu não sou uma grande fã do 3D, mas se é para usá-lo, que o usem direito. Fazer um filme misturando 2D e 3D é uma alternativa para barateá-lo e ainda assim atrair o público com uma falsa promessa. Acho que se o filme se propoem a ser em 3D, que seja inteiramente filmado com essa técnica. Além disso, o Tron é muito escuro. Não sei se isso é culpa do 3D, cujos óculos filtram a passagem de luz, o que deixa o filme mais escuro, ou se foi realmente feito assim. Não sei.
Um personagem que é um pouco mais interessante é Zuse (Micheal Sheen). Dono de uma animada casa noturna no mundo virtual, é o personagem excêntrico do filme. É justamente na sequencia que se passa no bar que aparece a dupla francesa Daft Punk, autores da trilha sonora, que ficou fantástica.
Enfim, Tron: Legacy não é um grande filme. Tenha certeza de ter esgotado todas as suas opções antes de entrar no cinema para assitir. Falo sério.